Prestações em Atraso: O Que Fazer?
Depois de anos de facilidade na obtenção de créditos, o aumento do custo de vida e das taxas de juro tem vindo a deixar muitos consumidores preocupados com o pagamento dos seus financiamentos.
É, por isso, normal que já tenha ouvido algum amigo ou familiar a desabafar sobre a pressão financeira que sentem e o receio de não conseguirem pagar as prestações dos créditos.
Mas será boa ideia deixar prestações em atraso e procurar pagar mais tarde?
A verdade é que criar situações de dívidas pendentes de pagamento e correr o risco de entrar em incumprimento nunca é boa solução.
Mas é importante conhecer as alternativas que tem à disposição.
Neste artigo ficará a saber quais os problemas associados às prestações em atraso e quais as soluções que poderão evitar este cenário. Todas elas assentes em entidades competentes, legais e autorizadas pelo Banco de Portugal.
Quantas Prestações Posso Atrasar?
Ao pedir qualquer tipo de financiamento, mesmo que seja apenas um cartão de crédito, a entidade financeira procederá a uma análise de risco deste contrato.
Além da verificação de toda a documentação enviada, esta avaliação de risco assenta sobretudo no cálculo da sua taxa de esforço, que estabelece uma relação entre os seus rendimentos e encargos com créditos.
💡 Embora não seja um valor estanque, assume-se que a taxa de esforço ideal não deverá ultrapassar os 33%.
Contudo, a vida dá voltas e, mesmo que no momento da contratação do empréstimo a sua taxa de esforço fosse adequada, podem ocorrer imprevistos.
O resultado poderá ser uma incapacidade repentina de honrar os seus compromissos financeiros.
Infelizmente, em alguns casos é comum que as pessoas comecem a ter prestações em atraso porque não conseguem respeitar os prazos de pagamento estipulados previamente.
Perante este cenário, é normal que se questionem “quantas prestações posso atrasar?“.
E a resposta é simples: idealmente, nenhuma.
É que o atraso da prestação começa a ser contabilizado a partir do momento em que falha o prazo de pagamento acordado entre si e a instituição financeira no momento do contrato de crédito.
Desta forma, deve mesmo evitar atrasar prestações, porque o primeiro dia de atraso já poderá figurar um problema.
Em primeiro lugar, porque pode entrar em incumprimento, ver o seu nome adicionado à lista negra do Banco de Portugal e ficar com problemas bancários.
É que se não regularizar rapidamente a situação, o banco tem a obrigação de comunicar o atraso à Central de Responsabilidades de Crédito.
E, em segundo lugar, porque terá de lidar com a aplicação de juros por parte da entidade financeira, o que só piorará a sua situação financeira.
Quais os Juros Associados às Prestações em Atraso?
Agora que já sabe que ter prestações em atraso não é, de todo, uma boa solução e que sofrerá a aplicação de juros por parte do banco, está na altura de perceber que juros são estes.
Se está a atrasar o pagamento das suas prestações ou entrou em incumprimento com o seu crédito, terá a obrigação de compensar a instituição financeira através do pagamento de um montante adicional.
Mas como é que este montante é cobrado?
Ora, sempre que existe um atraso no pagamento das suas obrigações fiscais, são aplicados juros de mora.
⚠️ Os juros de mora são calculados e acumulados diariamente até ao momento em que salde a sua dívida e efetue o pagamento das prestações em atraso.
Se tiver em seu nome um empréstimo pessoal e o contrato deste financiamento ditar que deve pagar a prestação no dia 5 de cada mês, então os juros de mora serão aplicados a partir do dia 6.
Embora exista um teto máximo de 3% estabelecido pelo Banco de Portugal para os juros de mora, o cenário de atraso no pagamento pode facilmente descontrolar-se e dar origem a uma acumulação de juros.
Taxa de Juros de Mora = TAN (Taxa Anual Nominal) + 3%
Estes juros são aplicados sobre o valor da mensalidade em dívida. Deve fazer o seguinte cálculo:
Juros de Mora a Pagar = Prestação x (Taxa de Juros de Mora/360) x Nº de Dias de Atraso
Vamos imaginar que tem um crédito com uma mensalidade de 258€ e uma TAN de 5%. O pagamento da prestação deste crédito com um atraso 12 dias. Então:
🧮 Juros de Mora a Pagar = 258€ x 0,080/360 x 12 dias = 0,69€
À primeira vista, o valor pode parecer-lhe irrisório. Mas é importante recordar que este valor é acumulado diariamente, o que significa que rapidamente se tornará um montante consideravelmente pesado.
Além dos juros de mora, tenha em conta que os bancos podem também optar por cobrar comissões adicionais sobre o montante em dívida.
Posso Obter Crédito Consolidado com Prestações em Atraso?
Se começa a sentir a pressão de ter vários financiamentos e está prestes a ficar com prestações em atraso por não conseguir pagar créditos, então está na altura de começar a avaliar as suas opções.
O crédito consolidado é a solução mais indicada em grande parte dos casos, especialmente quando em causa está um consumidor com mais do que um empréstimo.
Ao pedir um crédito consolidado, consegue juntar todos os seus créditos num único financiamento. Desta forma, fica a pagar apenas uma prestação mensal, que será mais baixa do o que paga atualmente.
Esta redução permite poupanças significativas todos os meses, que podem chegar a 60%. Ao mesmo tempo, possibilita o alívio da sua taxa de esforço.
Vamos a um exemplo?
- Prestação do crédito pessoal: 100€
- Prestação do crédito automóvel: 320€
Posto este cenário, e partindo do pressuposto de que consegue a poupança máxima de 60%, então:
- Mensalidade atual: 420€
- Nova prestação: 168€
- Poupança: 252€
Mas será possível obter um crédito consolidado com prestações em atraso?
Uma das condições associadas a este tipo de financiamento é o facto de não poder estar em incumprimento com os seus créditos.
Assim, e de uma forma geral, será extremamente difícil conseguir que uma entidade financeira aprove um crédito consolidado com prestações em atraso e numa situação de incumprimento.
Por este motivo, deve antecipar-se e ponderar a consolidação numa altura em que, mesmo tendo dificuldade no pagamento, ainda não tenha prestações em atraso.
Se a sua situação financeira ainda permite pedir um financiamento, podemos encontrar o melhor crédito consolidado para a sua situação para começar já a poupar.
Trabalhamos com diversas financeiras e conseguimos apresentar-lhe a proposta de poupança mais vantajosa.
Existem Alternativas Se Não Conseguir Pagar Créditos?
A dificuldade em pagar créditos e o risco de ficar com prestações em atraso, podendo mesmo resultar numa situação de sobre-endividamento, é um cenário que se pode tornar bem real.
Como já deve ter percebido, entrar em incumprimento é uma possibilidade que deve mesmo evitar a todo o custo.
Caso tenha chegado a um ponto em que que precisa de dinheiro para pagar dívidas mas não encontra uma resposta para o problema, o primeiro passo é informar a entidade financeira.
Pode começar por procurar renegociar os seus créditos, caso exista essa possibilidade.
No caso de um crédito ao consumo, como um crédito pessoal tradicional, esta renegociação nem sempre é a solução, uma vez que é difícil conseguir uma descida simpática das taxas de juro.
Já no caso de um crédito habitação, esta via poderá ser uma boa ideia. Neste tipo de financiamentos é possível conseguir uma redução significativa da mensalidade.
Por outro lado, pode também avaliar a hipótese de fazer uma cedência de crédito a outro titular.
A verdade é que os bancos não têm qualquer interesse em que os clientes não consigam honrar os seus pagamentos. Além disso, têm a responsabilidade de colaborar na procura de uma solução.
Por esse motivo, existem outros mecanismos em caso de risco de prestações em atraso ou incumprimento.
É o caso da Rede de Apoio ao Consumidor Endividado (RACE). Falamos de um apoio criado pelas entidades bancárias, assente em aconselhamento personalizado, para clientes que estejam em em risco de incumprimento.
Existe também o Plano de Ação para o Risco de Incumprimento (PARI). Trata-se de um conjunto de medidas definidas por cada banco com o objetivo de evitar e mitigar os riscos associados ao incumprimento.
Por último, o Procedimento Extrajudicial de Regularização de Situações de Incumprimento (PERSI) é uma solução para quem já se encontra efetivamente numa situação de prestações em atraso
Este mecanismo aciona uma negociação entre o banco e o cliente, de modo a solucionar a situação de incumprimento sem a necessidade de recorrer a tribunais.
Conclusão
Ter prestações em atraso no crédito pode originar consequências bastante prejudiciais.
Desde logo, sofrerá a aplicação de juros de mora.
Mas poderá ainda entrar num cenário de incumprimento e ficar com problemas bancários que impedem a obtenção de novos financiamentos.
Caso tenha, ou preveja que pode vir a ter, prestações em atraso, o primeiro passo deverá ser entrar em contacto com o seu banco para procurar uma solução.
Uma possível resposta para o seu problema poderá ser a consolidação dos seus créditos, de modo a conseguir reduzir os seus encargos com prestações mensais.
Tenha em atenção, no entanto, que é extremamente difícil obter crédito consolidado com prestações em atraso, pelo que esta deve ser uma medida preventiva.
Antes de avançar com um pedido de financiamento, deve analisar a sua situação financeira para prevenir problemas futuros ou uma situação em que não consegue pagar dívidas.
A nossa equipa saberá ajudá-lo a perceber se pode fazer um pedido de crédito e qual o financiamento mais adequado, de maneira a conseguir poupar e evitar ficar com prestações em atraso.
Perguntas Frequentes
Idealmente, nenhuma. Isto porque as prestações em atraso começam a ser contabilizadas a partir do primeiro momento em que não efetua o pagamento dentro do prazo estabelecido entre si e o banco no contrato de crédito.
Isto significa que se o pagamento era devido até ao dia 5 do mês, então a partir do dia 6 já será contabilizado um atraso.
E esta ausência de pagamento tem consequências para o cliente, uma vez que a entidade financeira cobrará juros e poderá ainda aplicar penalizações adicionais.
Além disso, as prestações em atraso poderão originar uma situação de incumprimento e problemas bancários, já que o seu nome será adicionado à lista negra do Banco de Portugal.
Em suma, não deve atrasar nenhuma prestação nem deixar de pagar créditos, uma vez que logo no primeiro dia de atraso já terá um problema em mãos.
Numa situação de prestações em atraso, é necessário compensar a entidade financeira através do pagamento de um montante extra. Este montante é cobrado sob a forma de juros de mora.
Os juros de mora são calculados e acumulados todos os dias, até à data em que efetue o pagamento das prestações em atraso do empréstimo. Isto significa que um valor que inicialmente poderá parecer irrisório, rapidamente se tornará um montante pesado.
Uma das condições habituais do crédito consolidado é o facto de não poder ser aprovado caso o cliente esteja estar em incumprimento com os seus financiamentos.
Assim será difícil conseguir que um banco aprove um crédito consolidado com prestações em atraso e num caso de incumprimento.
Por isso, é melhor antecipar-se e ponderar a consolidação numa altura em que ainda não tenha prestações em atraso.
Sim, existem algumas alternativas que podem ser solução caso tenha prestações em atraso.
Caso ainda não esteja em incumprimento, pode tentar renegociar os seus créditos ou ponderar avançar com um crédito consolidado. A consolidação de empréstimos vai permitir juntar todos os seus financiamentos, prolongar o prazo de pagamento e reduzir a mensalidade.
Além destas opções, e dependendo de já estar ou não em incumprimento, poderá contar com mecanismos criados pelos próprios bancos, como o PERSI, o PARI e a RACE.
Não, não é seguro pedir empréstimos particulares para pagar dívidas e evitar as prestações em atraso. Este tipo de financiamentos entre particulares acarretam vários riscos para os devedores.
Muitas vezes, os credores estabelecem taxas de juro altíssimas e pedem garantias de pagamento abusivas, aproveitando-se do desespero e urgência dos clientes.
Adicionalmente, estes particulares não representam entidades registadas no Banco de Portugal, pelo que não estão sequer autorizados a conceder créditos. Por esse motivo, estão muitas vezes associados a casos de burla, fraude e até extorsão.
Em primeiro lugar, é importante que contrate créditos de forma consciente. Comece por calcular a sua taxa de esforço e analise a sua capacidade de pagamento na eventualidade de a vida dar uma volta inesperada e menos positiva, como uma situação de desemprego, por exemplo.
Peça ajuda de profissionais, como os do CréditoConsolidado.pt, antes de avançar com um pedido de financiamento. Conseguimos avaliar a sua situação e somos capazes de o ajudar a encontrar o melhor crédito para o seu caso.
Caso note dificuldade em pagar os seus empréstimos, então poderá ser vantajoso ponderar a consolidação.