Amortizar Crédito: Simule e Perceba se Vale a Pena
![homem a ponderar entre amortizar ou consolidar](https://creditoconsolidado.pt/wp-content/uploads/2023/09/amortizar-ou-consolidar.jpg)
O pagamento das prestações de créditos é uma preocupação frequente entre os consumidores.
A verdade é que, na maioria dos casos, espera-se até ao final do contrato para se alcançar a tão almejada liberdade financeira.
Saiba, no entanto, que pode adiantar-se e apostar em amortizar crédito, sobretudo se tiver algum dinheiro colocado de lado.
Neste artigo, vamos explicar o que significa amortizar crédito e perceber, com o apoio de um simulador, se compensa verdadeiramente recorrer a esta solução.
O Que Significa Amortizar Crédito?
De forma muito sucinta, amortizar crédito consiste no pagamento antecipado (parcial ou total) de um empréstimo junto da entidade financiadora.
A amortização pode ser uma alternativa a considerar se tiver capital suficiente e se entender que, por exemplo, renegociar, transferir, ou consolidar o crédito não será tão vantajoso.
Ao amortizar crédito, reduz não só o montante que foi financiado, mas também os juros aplicados ao empréstimo.
Como tal, estará a poupar dinheiro, já que, reduzindo o montante, diminui também o prazo de pagamento e, consequentemente, os juros referentes ao crédito.
Assim, amortizar crédito habitação, amortizar crédito pessoal, ou qualquer outro financiamento, significa pagar antecipadamente uma parte ou 100% do seu empréstimo.
💡 Como alternativa à expressão “pagamento antecipado”, pode também dizer que está a efetuar um “reembolso antecipado” do valor que a instituição financeira emprestou.
Vale a Pena Amortizar Crédito?
A sensação de alívio financeiro após uma amortização pode ser boa, mas nem tudo é um mar de rosas. É que, regra geral, há taxas a suportar se quiser amortizar crédito.
Por esse motivo, e dependendo do caso, nem sempre compensa avançar com a amortização.
No entanto, antes de tomar uma decisão final, sugerimos que utilize o simulador de amortização de crédito.
Com esta ferramenta, poderá avaliar de forma mais credível o impacto da amortização no seu orçamento e perceber se, de facto, esta é uma solução vantajosa.
Com os resultados, torna-se tudo bastante mais claro: tem agora uma ideia de quanto pode poupar mensalmente.
Só não se esqueça de que há custos associados a esta decisão de amortizar crédito. Falamos das taxas de amortização.
Os encargos variam consoante o crédito em questão, o banco em que o empréstimo é solicitado e o tipo de taxa de juro contratada.
💡 A Taxa de Juro corresponde à soma do spread com a Euribor, no caso específico do crédito habitação.
Mas há limites máximos às comissões cobradas e esses tetos são definidos pelo Banco de Portugal:
- Crédito Habitação Com Taxa Variável: a taxa cobrada não pode ser superior a 0,5% do capital reembolsado (no máximo, 5€ por cada 1000€ amortizados).
- Crédito Habitação Com Taxa Fixa: a comissão não pode ultrapassar os 2% do valor reembolsado (no máximo, 20€ por cada 1000€ amortizados).
- Crédito ao Consumo: a taxa será de 0,5% do capital reembolsado se o período remanescente entre a data do reembolso e o fim do contrato de crédito for superior a um ano e de 0,25% se for inferior ou igual.
Atualmente, e até ao dia 31 de dezembro de 2024, há uma boa notícia para quem faz crédito habitação com taxa de juro variável: os consumidores estão isentos das taxas de amortização.
Esta isenção temporária está prevista no Decreto-Lei n.º 91/2023.
💡 A isenção de comissão aplica-se também em caso de falecimento, desemprego ou deslocação profissional de um dos titulares do empréstimo.
Aliada às taxas de juro elevadas, a suspensão desta taxação explica o aumento de 74% de reembolsos antecipados em 2023 face a 2022.
Amortizar Crédito Habitação
Agora que tem um simulador ao dispor e conhece as comissões aplicadas quando se quer amortizar crédito, importa perceber se esta solução compensa em empréstimos específicos.
Vamos começar pelo crédito habitação.
Exemplo
O Diogo e a Maria estão a pagar uma casa e têm atualmente em dívida 170.000€ a 30 anos (360 meses). Este casal pediu um financiamento com taxa de juro fixa em 2%.
Ou seja, têm atualmente uma prestação mensal de 628.35€.
Após um período dedicado à poupança de dinheiro, o Diogo e a Maria conseguiram acumular uma simpática quantia de 20.000€ que pretendem usar para amortizar o crédito habitação.
Com esse montante, a comissão que o casal terá a pagar é de 400€ e, ao avançarem com a amortização, a mensalidade da casa passa a ser de cerca de 554.40€.
Assim, estamos perante uma poupança mensal de quase 74€ (perto de 890€ por ano).
O cenário torna-se ainda mais benéfico quanto maior for o valor para amortizar crédito. E este é o ponto central: amortizar quantias maiores é o que compensa mais.
💡 Na fase inicial do crédito habitação, o capital em dívida é maior por estar a pagar mais juros. Amortizar crédito nesta etapa pode compensar mais.
Amortizar Crédito Pessoal
Quando está perante um crédito pessoal, o potencial da amortização de quantias mais elevadas torna-se ainda mais evidente.
A razão é muito simples: por fazer parte do crédito ao consumo, o crédito pessoal está associado a taxas de juros bastante maiores, ou seja, pode ser bom livrar-se destas dívidas.
Por outro lado, as taxas de amortização nestes casos são menores (podem atingir, como já sabe, um máximo de 0,5%).
Quer um exemplo? Vamos a isso.
Exemplo
Suponha que a Leonor contraiu um crédito pessoal para pagar um curso muito importante. A formação custa 5000€ e a Leonor tem 24 meses para liquidar esse valor.
Com uma taxa de juro de 9%, a mensalidade do curso é, atualmente, de 228.42€.
Imagine agora que a Leonor recebe uma indemnização de 1000€ e quer usar essa quantia para amortizar crédito.
Após pagar antecipadamente esse valor e de liquidar a taxa de amortização de 0,5% (5€), passa a gozar de uma mensalidade de 182.74€ e põe no bolso quase 46€ por mês.
Se, por acaso, a Leonor tivesse numa conta poupança mais 1500€ (além dos 1000€ que recebeu), o impacto da amortização seria, compreende-se, ainda mais vantajoso.
Com 2500€ amortizados, a mensalidade da formação baixaria para metade: 144.21€.
Ora, a lição é a mesma: amortizações maiores geram o maior benefício também.
Amortização: Como Funciona?
Caso perceba que amortizar crédito é uma solução vantajosa, o próximo passo é dar início ao processo.
Para tal, deve avisar a sua instituição de crédito. E, sim, pode fazer o pagamento antecipado em qualquer altura do contrato.
Há apenas alguns prazos a considerar, mas, antes de os especificarmos, importa conhecer dois tipos de amortização que poderá ponderar:
- Amortização Parcial: significa abater apenas uma parte da dívida do empréstimo;
- Amortização Total: significa liquidar por completo a dívida e acabar com os encargos mensais.
❗ O pagamento parcial permite um alívio financeiro todos os meses, uma vez que a prestação é atualizada de acordo com o montante remanescente em dívida.
Dependendo do tipo de amortização e ainda do tipo de empréstimo, os prazos variam.
Num crédito habitação, o Banco de Portugal determina o seguinte:
- Em caso de reembolso parcial, deve avisar o banco com, pelo menos, sete dias úteis de antecedência;
- Caso o reembolso seja total, deve avisar a entidade bancária com, pelo menos, dez dias úteis de antecedência.
Note que, se fizer uma amortização total do seu crédito, o banco tem 14 dias úteis para emitir o distrate.
💡O distrate é a declaração que comprova a extinção da dívida e permite o cancelamento do registo de hipoteca no Registo Predial.
Quando o crédito é feito ao consumo (como acontece com o crédito pessoal ou com o crédito automóvel), as diretrizes são outras.
Seja parcial ou total, o reembolso antecipado nessas situações deve ser comunicado com, pelo menos, 30 dias úteis de antecedência.
Vantagens e Desvantagens da Amortização
- Aliviar Orçamento Familiar
- Reduzir Taxa de Esforço
- Reduzir Valor dos Juros
- Amortizar Pouco Não Compensa
- Pagamento de Comissões
- Necessidade de Capitais Próprios
Vantagens
- Aliviar Orçamento Familiar: se amortizar crédito, acaba por eliminar a totalidade ou, pelo menos, uma parte de um empréstimo. Isto significa reduzir as suas responsabilidades financeiras mensais, uma vez que há uma poupança associada à prestação deste empréstimo. Desta forma, terá mais capital mensal.
💡 Este alívio acontece pela redução do Montante Total Imputado ao Consumidor (MTIC).
- Reduzir Taxa de Esforço: ao aliviar os encargos mensais com créditos, estará a reduzir a sua taxa de esforço. Este ajuste é particularmente importante caso queira pedir novos empréstimos.
- Reduzir Valor dos Juros: ao amortizar crédito, conseguirá também evitar pagar juros extra associados ao valor e prazo de pagamento iniciais.
Desvantagens
- Amortizar Pouco Não Compensa: quando amortiza um valor reduzido relativamente ao montante em dívida, a sua prestação acaba por não ser muito impactada. Assim, não sentirá grande poupança e não será compensatório amortizar.
- Pagamento de Comissões: como explicámos, amortizar crédito obriga ao pagamento de comissões e esta regra aplica-se a todos os empréstimos.
- Necessidade de Capitais Próprios: para pagar antecipadamente o crédito, tem de ter capital. Isto significa que poderá estar a comprometer outros projetos ou o seu fundo de emergência, já que estará a canalizar dinheiro para a amortização.
Quais as Alternativas à Amortização?
Como percebe, se ponderar amortizar crédito, o mais benéfico será pagar a totalidade do empréstimo ou, pelo menos, uma grande fatia.
De outro modo, a (menor) poupança gerada poderá não compensar o investimento, uma vez que não estará a abater o suficiente para sentir um alívio mensal significativo.
Se, de facto, pensa em amortizar crédito, pondere começar pelos créditos com juros mais altos – como acontece habitualmente com os cartões de crédito ou com o crédito pessoal.
Na eventualidade de querer amortizar crédito habitação, e por falarmos de montantes consideravelmente mais altos, a poupança só será sentida se, lá está, conseguir realmente abater um valor elevado.
Ora, a verdade é que, alternativamente, também pode recorrer a outras soluções: à transferência, à consolidação, a renegociação e ao investimento.
Transferência de Crédito
Ao mudar o seu crédito para outra instituição financeira, poderá beneficiar de um empréstimo com melhores condições e poupar mais dinheiro.
Poderá, por exemplo, gozar de um spread mais baixo ou de um prazo de pagamento mais alargado.
💡 Embora o alargamento do prazo de pagamento possa parecer contrário à ideia de amortizar crédito, é uma forma de reduzir objetivamente as suas prestações mensais.
É importante sublinhar que a transferência de crédito só compensa caso a TAEG do banco concorrente for melhor (leia-se “inferior”) à do seu contrato atual.
Renegociação de Crédito
Com o propósito de ter igualmente uma folga financeira, renegociar o crédito pode ser uma tática a adotar.
O objetivo é igualmente conseguir melhores condições contratuais.
Desta forma, poderá conseguir, por exemplo, uma revisão do spread, um ajuste às taxas de juro, ou até uma eliminação de produtos extra que tenha contratado.
Consolidação de Crédito
A consolidação significa juntar os seus créditos num só, ficando a pagar apenas uma prestação mensal.
Esta é uma boa opção caso não tenha capacidade de amortizar o suficiente para sentir a poupança mensal ou se possuir vários créditos.
Efetivamente, o crédito consolidado pode ser aplicado tanto em empréstimos ao consumo como em crédito habitação.
Isto significa que pode, por exemplo, consolidar crédito pessoal com automóvel ou juntar crédito pessoal a crédito habitação.
💡 Através da consolidação de créditos, pode conseguir poupar até 60% nas suas prestações.
Atualmente, são várias as entidades financeiras que disponibilizam esta solução de financiamento, pelo que existem diversas ofertas no mercado.
No CréditoConsolidado.pt, conseguimos ajudar a encontrar aquela que lhe confere maior poupança, quer queira consolidar créditos pessoais ou crédito habitação.
Investimento
Se tiver dinheiro de lado para amortizar crédito, é possível canalizar uma parte desse montante para diferentes instrumentos financeiros.
Há cinco produtos de investimento a destacar:
- Planos Poupança Reforma (PPR): pensados para ser um complemento da reforma, visam gerar rentabilidade a longo prazo e são, por regra, reforçados continuamente.
- Certificados de Aforro: são instrumentos de dívida pública, ou seja, estará a emprestar dinheiro ao Estado e recupera esse valor através de juros (com capitalização associada).
- Certificados do Tesouro: semelhantes aos certificados do aforro, estes produtos têm igualmente capital garantido, com juros, e apresentam diferenças no que toca à capitalização (não há juros compostos), a prazos de subscrição, entre outros aspetos.
- Depósitos a Prazo: são fontes de financiamento dos bancos, isto é, entrega a uma entidade financeira uma determinada quantia e esse valor é ressarcido também com juros.
- Fundo de Emergência: como o nome indica, é um fundo pessoal onde pode colocar dinheiro a ser usado apenas em situações de urgência, como doença súbita, acidentes, ou perda de emprego.
❗️ Se já tiver um fundo de emergência, evite ao máximo usar o dinheiro deste recurso noutras aplicações que não envolvam imprevistos ou urgências.
Conclusão
Amortizar crédito habitação ou outro tipo de empréstimo pode ser uma opção a considerar se tiver disponibilidade para pagar uma grande fatia ou a totalidade do financiamento.
❗️ Garanta sempre que fica com alguma almofada financeira mesmo após amortizar crédito, uma vez que podem surgir situações inesperadas.
Caso abata apenas um valor baixo da dívida, não será vantajoso amortizar crédito, uma vez que a sua prestação não será muito impactada e poderá estar a “desperdiçar” poupanças.
Ora, se tem um bom “pé de meia”, optar por colocar o dinheiro em produtos de poupança ou de investimento pode ser uma boa solução para rentabilizar sem grandes riscos associados.
A hipótese de consolidar créditos, em específico, permite juntar os seus empréstimos num só e alargar o prazo de pagamento, o que vai efetivamente baixar o valor a pagar por mês.
Para avaliar o potencial de poupança concreto, a nossa equipa pode ajudar.
Perguntas Frequentes
Amortizar crédito significa pagar um empréstimo de forma antecipada. Esse pagamento pode ser feito parcialmente ou na totalidade, caso disponha de poupanças suficientes para tal.
A amortização de crédito compensa se conseguir abater fatias maiores dos valores que tem em dívida. De outro modo, não só não sente um impacto relevante na prestação como ainda tem de suportar valores elevados de taxação sem conseguir colher grandes frutos.
Os custos da amortização do crédito habitação variam de acordo com o tipo de taxa de juro que contratou:
- No caso da taxa variável, a comissão de amortização não pode ser superior a 0,5% do capital reembolsado (no máximo, 5€ por cada 1000€ amortizados);
- Caso tenha taxa fixa, a comissão não pode ultrapassar os 2% do valor reembolsado (no máximo, 20€ por cada 1000€ amortizados).
Há duas taxas aplicadas na amortização de crédito ao consumo (que inclui, entre outros, o crédito pessoal): a
- Uma comissão de 0,5% do capital amortizado se o período remanescente entre a data da amortização e o fim do contrato de crédito for superior a um ano;
- Uma comissão de 0,25% se for inferior ou igual a um ano.
Além da amortização, há quatro outras soluções que pode considerar para conseguir poupar dinheiro:
- Transferência de crédito para outro banco;
- Renegociação do empréstimo atual;
- Consolidação de créditos para um empréstimo único;
- Investimento em produtos financeiros, como certificados do aforro, planos poupança reforma, entre outros.